Entrevista ao jornalista Claudiney Ferreira, no programa Jogo de Ideias, gravado em Dezembro de 2006 no Itaú Cultural.
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“E o que é um ‘clássico’? É um texto que expressa, de maneira clara e adequada, intuições e conhecimentos que fazem parte da natureza essencial do ser humano.”
Luiz Gonzaga de Carvalho
O dia em que eu nasci, morra e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar,
Não torne mais ao mundo e, se tornar,
Eclipse nesse passo o sol padeça.
A luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça,
Mostre o mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Do Arquivo Pessoa:
Os 3 géneros de artistas
1. O artista para quem a arte é uma necessidade como que física, directa, como são a de comer e a de beber. Para este a arte é uma função da vida.
2. O artista para quem a arte é um refúgio, um modo de esquecer a vida; como um narcótico, um vício qualquer, um álcool.
3. O artista para quem a arte é uma tarefa, uma missão a cumprir.
Do 1.º género são homens como Shelley, Byron – como o «romântico», em geral.
Do 2.º género são homens como Verlaine, Baudelaire, e outros assim (incluir Maupassant).
Do 3.º grupo são os grandes criadores como Milton.
Fernando Pessoa
Machado de Assis costumava publicar crônicas sob diversos pseudônimos. Apenas 40 anos após sua morte descobriu-se que, entre eles, encontrava-se o pseudônimo “Lelio”. Imagino que o utilizava quando sua abordagem do tema ultrapassava seu parâmetro normal de deboche. A crônica abaixo — Balas de Estalo — foi publicada no jornal Gazeta de Notícias, edição do dia 5 de Outubro de 1885, e trata de um tema então em moda: o espiritismo. Nele, Machado relata uma suposta viagem astral com um desenlace dos mais inesperados…
Em 2008, durante um encontro literário promovido pelo Digestivo Cultural, nosso editor, Julio Daio Borges, me apresentou a outro escritor dizendo o seguinte (não sei se ele se lembra): “Esse é o Yuri. Aquele que conversa com o Olavo de Carvalho“. Ainda sorrio quando me lembro disso…
Segue abaixo, para provar que Julio dizia a verdade, um pequeno trecho retirado das 11 horas de podcast que gravei com Olavo em 2006, no qual falamos sobre o papel do escritor na sociedade e a importância da literatura. Vale a pena ouvir até o fim, são apenas 15 minutos.
Publicado no Digestivo Cultural.
“O Caderno Rosa de Lori Lamby não é um livro, é uma banana que estou dando para os editores, para o mercado editorial.” — Hilda Hilst.
Entrevista concedida em 1990.