« O esforço de escrever um conto curto é tão intenso como o de começar um romance. Pois no primeiro parágrafo de um romance é preciso definir tudo: estrutura, tom, estilo, longitude, e às vezes até o caráter de algum personagem. O resto é o prazer de escrever, o mais íntimo e solitário que se possa imaginar, e se a gente não fica corrigindo o livro pelo resto da vida é porque o mesmo rigor de ferro, que faz falta para começá-lo, se impõe na hora de terminá-lo. O conto, por sua vez, não tem princípio nem fim: anda ou desanda. E se desanda, a experiência própria e a alheia ensinam que, na maioria das vezes, é mais saudável começá-lo de novo por outro caminho, ou jogá-lo no lixo.»
(…)
« Sempre acreditei que toda versão de um conto é melhor que a anterior. ¿Como saber então qual deve ser a última? É um segredo do ofício que não obedece às leis da inteligência mas à magia dos instintos, como a cozinheira que sabe quando a sopa está no ponto.»
(…)
« Às vezes me sentia escrevendo pelo puro prazer de narrar, que é talvez o estado humano que mais se parece à levitação.»
Obs.: Trechos de uma entrevista retirados de um dos meus velhos blocos de anotações que, como já disse em outros posts, também nesse caso, infelizmente, não traz indicações de fonte.
Curiosidade: Bruno Tolentino, que conheceu García Márquez pessoalmente, me disse que foi praticamente impossível ter um diálogo sério com ele, haja vista os vários baseados que ele, Márquez, não parava de fumar…
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