Do Planeta Tela:
Enquanto isso, um de seus roteiristas, Bráulio Mantovani, deu um puxão de orelhas nos críticos de cinema esta semana. Quando questionado pela jornalista Maria do Rosário Caetano sobre a não inclusão do nome de Wagner Moura como co-roteirista do filme [Tropa de Elite 2], Mantovani afirmou: “Para ser co-roteirista, é preciso sentar-se junto ao computador e escrever. Dar idéias não é o mesmo que escrever roteiros. Como disse Mallarmé a Degas: um poema não se faz com idéias, um poema se faz com palavras. O mesmo raciocínio se aplica à escrita de roteiros. Wagner Moura, assim como Daniel Rezende, Rodrigo Pimentel e outros, fizeram leituras críticas e deram sugestões para as muitas versões de roteiro de Tropa de Elite 2. Mas quem sentou a bunda diante do computador para dar forma dramática às idéias que iam surgindo fomos José Padilha e eu. Era nossa a responsabilidade de resolver os problemas da narrativa”.
E conclui: “Ninguém em Tropa de Elite 2 tem crédito não merecido e ninguém deixou de ser creditado pelo trabalho que fez. A participação intensa do Wagner no roteiro corresponde ao que se espera de um coprodutor (assim como eu, que também tenho o mesmo crédito, participei da montagem e de todas as decisões importantes relacionadas à produção e ao lançamento do filme). Já está na hora de vocês críticos assimilarem a evolução do trabalho do escritor no cinema brasileiro. Desde que nós fundamos a AC (Autores de Cinema), o crédito de roteiro passou a ser encarado com mais rigor, mais seriedade e mais profissionalismo. A era dos diretores que assinam roteiros sem sequer saber escrever direito acabou. Idéias sem forma são apenas idéias. Arte é forma”.