Ontem, Bárbara, minha sobrinha de 6 anos de idade, apareceu por aqui toda entretida com um dicionário de língua portuguesa.
— T’yuri, me fala uma palavra.
Eu dizia uma palavra qualquer e ela buscava o significado. Repetiu o procedimento algumas vezes. Lá pelas tantas eu lhe perguntei:
— Qual é o nome desse livro, Bárbara?
— Dicionário.
— Sim. Mas ele tem outro nome também.
— Qual?
— Pai-dos-burros.
Ela, sorrindo, e acostumada com minhas brincadeiras, me encarou com uma expressão de imensa incredulidade.
— É verdade — eu disse. — Procura aí para você ver.
Ainda desconfiada, começou a revirar as páginas e, de fato, encontrou a definição: “Pai-dos-burros: Bras. Fam. dicionário”. Ela então arregalou os olhos:
— Então todo mundo que olha no dicionário é burro?
— Não, esse nome é de brincadeira. Ninguém conhece todas as palavras que existem. Por isso todo mundo usa o dicionário.
— Menos o vô-dos-burros, né?
— Vô-dos-burros? — perguntei, rindo.
— É, o homem que escreveu o dicionário. O pai do pai-dos-burros. Pai do pai é vô, né.
Bárbara sempre tem razão.
Lê Brito
hahahahahahaha
e eu já gosto dessa menina!