Quando falam em “pobreza humilhante”, sempre me lembro dos garotos da favela próxima à rua onde cresci, em São Paulo: seus enormes carrinhos de rolimã humilhavam tremendamente o meu! Pesados, cheios de badulaques, bancos, encostos, freios… O meu era tão pequenininho, tão levinho… Nunca ganhei deles uma corrida sequer!
nagual
Na infância e adolescencia realmente é mais divertido ser maloqueiro da favela. A garotada dos colégios públicos apronta e se diverte muito mais. Não tem medo de andar na rua , são livres.
O problema começa depois de adulto, com saúde prejudicada, sem perpectíva… Quem vem de família boa sabe que se fizer o dever de casa pode ganhar uma grana boa, tirar mais férias, relaxar mais. Quem é da favela só ve um futuro: vida inteira trabalhando por um salário ruim. Dar a vida para algum chão de fábrica. E quem sabe se for muito fera, chegar a ser gerente…. Mas o funil estreita muito.