Doze anos atrás eu quase conheci pessoalmente o Vladimir Safatle. Foi numa chácara da Serra da Cantareira, em São Paulo. Ao menos me disseram que era ele: “Vladimir, o goiano que é professor de filosofia na USP, tá aí”. Mas, enquanto eu, sentadinho em posição de lótus, curtia tranqüilamente a minha ayahuasca, o cara, juntamente com um amigo, fugia da chácara doidão, assustado porque lhe haviam dito que aquela “balada” seria uma rave, mas, segundo ele então passou a acreditar, na verdade não passava do estranho culto de uma “seita” qualquer. Seita? Nem notei. Enfim… Até hoje fico tentando imaginar como teria sido a badtrip desse cara, com a cachola esquerdista pra lá de psicodélica, circulando pelos labirintos da capital paulista… Credo. Foi certamente algo à la Thomas Pynchon, cujos personagens paranóicos são “perseguidos”, não apenas por seitas, mas também por mega-corporações, pela CIA, pela NSA, o FBI, os Illuminati e assim por diante.
Ah, a minha doce e perigosa fase de maluquices…