Nego fica reclamando que Olavo de Carvalho fala muito cu, que fala de cu… ai ai. Que preguiça! (Apud Macunaíma.) (Estou acostumado com esse palavreado porque cresci ouvindo minha avó materna: “cadê o ‘sei-lá-o-quê’? Diacho, deve estar socado no cu do capeta!”; “nossa, olha a tempestade que evem aculá: o capeta deve estar com o cu arreganhado”, etc., etc.) Hilda Hilst era outra: também mandava um monte de gente ir tomar nesse desprezado lugar — entre amigos, unia o indicador ao polegar e, enquanto movia os demais dedos como uma asa, dizia “no cu, gaivota!” — e ainda me sugeriu a leitura do excelente livro de Ernest Becker: A Negação da Morte. Nele, vemos que boa parte desses narizes torcidos diante de nossa faceta mais animalesca não passa de repressão ao “medo da morte”. Eis um techo:
E nesta outra foto, temos Hilda, acompanhada pelo amigo José Luis Mora Fuentes, fazendo seu famigerado gesto de “no cu, gaivota!”: