palavras aos homens e mulheres da Madrugada

Categoria: Cinema Page 10 of 11

Novo livro: A Bacante da Boca do Lixo

A Bacante da Boca do Lixo

Quero anunciar o lançamento do meu livro A Bacante da Boca do Lixo e Outros Escritos da Virada do Milênio. Trata-se de uma coletânea de contos, crônicas e um ensaio escritos entre 1993 e 2008. Todos os textos trazem – seja de modo explícito ou implícito – um pouco do clima apocalíptico que contagiou aqueles anos. (Em breve lançarei outro volume, no mesmo tom, de título O Exorcista na Casa do Sol e Outros Escritos da Virada do Milênio.)

O livro impresso e o ebook no formato EPUB podem ser adquiridos aqui ou aqui.

O ebook também está à venda na Amazon e na Kobo Books.

Wim Wenders: conselhos de um mestre

Citações do Wim Wenders (depois assista à entrevista abaixo), um dos meus diretores prediletos, retiradas de sua página no IMDB (o negrito é meu):

"Sex and violence was never really my cup of tea; I was always more into sax and violins."

"Hollywood filmmaking has become more and more about power and control. It’s really not about telling stories. That’s just a pretense. But ironically, the fundamental difference between making films in Europe versus America is in how the screenplay is dealt with. From my experiences in Germany and France, the script is something that is constantly scrutinized by the film made from it. Americans are far more practical. For them, the screenplay is a blueprint and it must be adhered to rigidly in fear of the whole house falling down. In a sense, all of the creative energy goes into the screenplay so one could say that the film already exists before the film even begins shooting. You lose spontaneity. But in Germany and France, I think that filmmaking is regarded as an adventure in itself."

"Originality now is rare in the cinema and it isn’t worth striving for because most work that does this is egocentric and pretentious. What is most enjoyable about the cinema is simply working with a language that is classical in the sense that the image is understood by everyone. I’m not at all interested in innovating film language, making it more aesthetic. I love film history, and you’re better off learning from those who proceeded you."

"I will always produce my own films and avoid finding myself at the distributor’s mercy. You must become a producer if you want any control over the fate of your work. Otherwise, it becomes another person’s film and he does with it what he pleases. I only had one experience like that and I will never repeat it."

I’ve turned from an imagemaker into a storyteller. Only a story can give meaning and a moral to an image.”

“In the beginning I just wanted to make movies, but with the passage of time the journey itself was no longer the goal, but what you find at the end. Now, I make films to discover something I didn’t know, very much like a detective.”

“It is very hard to stay inside the boundaries of a genre film; I admire people that are able to do that. I just don’t have the discipline. What I like about genres is that you can play with expectations and that there are certain rules that you can either obey or work against. But genres are a funny thing. They’re heaven and they’re hell. They help you to channel your ideas and they are helpful to guide the audience, but they don’t help you in what you want to transport other than the genre itself. Genres get angry if you want to tell other stories — because they are sort of self-sufficient. They like to be the foreground.”

E, no vídeo abaixo, Wim Wenders defende a primazia da narrativa sobre a imagem no cinema.

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Post publicado originalmente no blog Olho de Vidro.

Screenwriting — Advice to Hollywood writers

peter kreeft

Palestra de Peter Kreeft, professor de filosofia no Boston College e no King’s College(New York), a respeito da arte de escrever roteiros de cinema.

Entre outras coisas, ele trata do poder da imaginação — sendo o cinema seu veículo mais absorvente —, da possibilidade de se influenciar para o bem ou para o mal, da influência divina no processo de criação, de como realmente se dá a originalidade, e assim por diante.

O áudio está em inglês.

[audio:http://www.peterkreeft.com/audio/37_screenwriting/peter-kreeft_screenwriting.mp3]

“Imagination is the single most powerful force in the human soul.” (Pascal)

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(Dica do Silvio Grimaldo.)

Orson Welles: É um sonho

Orson Welles

Do Orson Welles:

“Um filme não é nunca um relatório sobre a vida. Um filme é um sonho. Um sonho pode ser vulgar, trivial e informe; é talvez um pesadelo. Mas um sonho não é nunca uma mentira.”

A boa literatura também é um sonho. Necessitamos de ambos. Porque todos, um dia, iremos acordar. (Sim, alguns não terão uma boa surpresa…)

Nosso curta-metragem em Portugal

VTS_01_1 O curta-metragem ESPELHO, dirigido por mim e por Cássia Queiroz, foi convidado a participar da mostra Verão Cinema e Outras Coisas (organizada pela PULGA associação criativa), que ocorrerá na Costa da Caparica, em Portugal. Será apresentado Domingo, dia 30/08, no encerramento. (Veja a programação completa do evento.)

A organização, entre outras coisas, foi bem bacana ao aceitar receber a imagem de DVD (arquivo ISO) via internet, sem as mil e uma burocracias exigidas por festivais, mostras e canais de TV brasileiros, que solicitam as mídias gravadas e mil e um papéis de autorização assinados, o que apenas me faz esquecer de enviar o material, infelizmente. Para que gastar com frete material se o “objeto” é digital? Oras…

Fica aí a sugestão: use o Archive.org para salvar e enviar as imagens de DVD (ISO) do seu curta-metragem. Suba o arquivo ISO e ele automaticamente criará arquivos em Mp4 e Gif.

Soneto Psicose – revisado

Psicose, de Alfred Hitchcock

Tranqüilo estava a tomar um bom banho
Quando por trás da cortina do boxe
Surgiu um vulto brandindo faca inox
Que me deu um susto sem ter mais tamanho.

Rasgando a cortina às estocadas
Assomou-se a minhas pobres retinas
Uma mulher com os ares das meninas
Que anelamos sob luas danadas.

Nua, abandonou a faca e fitou-me:
"Cá estarei até abrir-te o coração…"
E achegando-se, sorriu e beijou-me.

Mas após amá-la com toda arte
Ela se foi, ao não ouvir, em confissão,
Meu amor qu’estava em toda parte.

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(Este meu soneto está na terceira posição entre os "Sonetos Interessantes Preferidos" do site Sonetos.com.br. Perceba que fiz algumas alterações.)

Softwares para roteiristas

Final Draft

Nos últimos anos andei testando diversos programas voltados à confecção de roteiros de cinema, textos literários e peças de teatro. Passei pelo Movie Magic Screenwriter, Final Draft, Hollywood Screenplay, New Novelist, StoryCraft, StoryView, Dramatica Pro e assim por diante. Alguns têm a função exclusiva de formatar o roteiro de modo profissional ― Movie Magic Screenwriter, Final Draft (para mim, o melhor), Hollywood Screenplay ― e os demais ― New Novelist, StoryCraft, StoryView, Dramatica Pro ― de servir de orientação e guia na criação mesma de argumentos, enredos e personagens. Se você não é um matemático totalmente desprovido de espontaneidade tentando ser um escritor, não mexa com estes últimos, principalmente com o Dramatica Pro, que é a coisa mais complexa que já vi na vida. Se Shakespeare fosse usar semelhante ferramenta, teria escrito não mais que meia dúzia de peças, haja vista o tempo que consumiria perdido em meio às entranhas labirínticas do programa, com o qual ― cá entre nós ― é possível definir até mesmo o diâmetro do ânus do protagonista (perdão!) e o comprimento do dedinho do pé do vilão.

Enfim, qualquer dia, se me der na gana, falarei de cada um deles. No momento, quero falar daquele que talvez seja o melhor: Celtx. É um software tão fantástico que me dá preguiça falar dos outros. Além de ser o único gratuito ― uhuuuu, freeware!!! ―, também está disponível em português. Claro, se você quiser, pode assinar (leia-se pagar) o serviço de armazenamento e compartilhamento ― que antes era gratuito ― e que não é senão uma comunidade on-line para troca de roteiros e experiências. Agora, o melhor mesmo é a facilidade de lidar com seus recursos. É possível, através de abas (viva as abaaas!), manter abertos, por exemplo, o livro que se está adaptando (se for o caso), o próprio roteiro, a descrição individual de cada personagem, de cada objeto de cena, dos figurinos, o perfil dos atores, e ainda arquivar, no mesmo projeto, fotos, mapas de locações, sons, planilha de orçamento e o escambau. Também é possível, se você for assinante, ir salvando o projeto on-line e, assim, compartilhá-lo com uma ou mais pessoas que poderão ir trabalhando nele ao mesmo tempo. E ainda tem incorporada uma agenda ― tal como a do Movie Magic Scheduling ― para planejar dia a dia tudo o que será feito na pré-produção, produção e pós, uma coisa incrível.

Bom, agora que você já sabe que o Celtx é o melhor software para se escrever um roteiro de cinema e planejar a produção, só falta o talento. Se Deus to deu, bem, se não deu, amém. Amém, não, vá brincar com o Dramatica Pro. Até um macaco conseguiria escrever uma novela com ele. Claro, se conseguisse sair dali de dentro…

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Resenha publicada no Digestivo Cultural.

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