palavras aos homens e mulheres da Madrugada

Categoria: Tecnologia Page 1 of 5

Bitcoin e SegWit2X: turbulência à vista

O preço do Bitcoin está novamente se aproximando dos 5000 dólares. O problema é que, enquanto a capitalização de mercado do Bitcoin aumentou em poucos dias cerca de 18 bilhões de dólares (79,8 bilhões), a capitalização de mercado total das criptomoedas (Bitcoin incluso) aumentou no mesmo período apenas uns 10 bilhões (151,7 bilhões), o que significa que os 8 bilhões restantes que o estão bombando são provenientes da venda das altcoins, cujos preços, em sua maioria, e ao contrário do preço do Bitcoin, estão caindo. Como o Bitcoin, em breve, sofrerá novamente outra bifurcação, tudo indica que há investidores vendendo suas altcoins, em troca de bitcoins, esperando lucrar com a replicação da quantidade equivalente de moedas na nova cadeia a ser gerada pela Segwit2X. Esperam descolar uma grana fácil tal como ocorreu com o Bitcoin Cash: quem, por exemplo, tinha 1 Bitcoin (1 BTC), passou a ter também 1 Bitcoin Cash (1 BCH). Contudo, a nova bifurcação não terá “replay protection”, ou seja, se você tentar transferir suas novas moedas para outro endereço — para vendê-las? — haverá o risco de que a mesma quantidade de moedas do Bitcoin original também seja movida. Logo, a idéia de lucrar facilmente com essa manobra será arriscadíssima… Ninguém sabe ainda qual o grau de segurança para efetuá-la… Portanto, assim que ocorrer a bifurcação, afora a dificuldade inicial gerada pela transferência de grande parte do hashrate do Bitcoin para a nova moeda, haverá ainda essa corrida de retorno, por parte dos especuladores, em direção às altcoins, que estarão, por assim dizer, em “promoção” — e o preço do Bitcoin voltará a cair algumas centenas de dólares. Bom, não sou nenhum especialista, mas… é o que estou enxergando no momento.

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Postado ontem, no Facebook.

Bitcoin – a disrupção do dinheiro

Palestra do economista Fernando Ulrich. (Venho acompanhando a evolução técnica do Bitcoin desde 2013 — tal como qualquer um, garimpando, pode verificar na timeline do meu Facebook — mas foi o livro do Fernando, fundamentado no pensamento da Escola Austríaca de Economia, que me abriu os olhos para o significado dessa nova tecnologia.)

Feliz #BitcoinPizzaDay!

Hoje, no Bitcoin Pizza Day, o valor da moeda chegou a 2.220 dólares. Dá até vertigem…

Por que #BitcoinPizzaDay? Porque hoje é o aniversário da primeira transação com bitcoins, na qual um sujeito, cansado de produzir a moeda em sua própria casa sem que ninguém a aceitasse como meio de troca, ofereceu num fórum 10.000 bitcoins para quem lhe arranjasse duas pizzas. As pizzas foram compradas por 24 dólares, mediante cartão de crédito, por um cara que, em troca, recebeu os 10.000 bitcoins. Esses 10.000 bitcoins valem hoje, sim, 22.200.000 dólares! A pizza mais cara do universo… (Bem, se não fosse essa transação, o Bitcoin jamais teria provado que vale como meio de troca, logo… feliz Pizza Day!)

Sobre ebooks e caipiras

Kindle

Todo mundo se revolta ao descobrir que o autor de um livro impresso ganha apenas 10% do preço de capa — mas nem assim compra um ebook do desgraçado! ¿E por que isso seria bom para o autor? Ora, porque, na Amazon, por exemplo, eu ganho de 30 a 70% do preço de capa — e isto é inédito em toda a história da publicação de livros! Toda edição é um investimento, um risco que o editor está correndo pelo autor. O sujeito, sem saber se terá retorno, tem de bancar papel, gráfica, distribuidor, “jabá de livreiro” (vitrine) e mil outros detalhes dispensados pelo ebook. Por isso qualquer livro(ebook) vagabundo pode ir parar na livraria da Kobo ou da Amazon: não é um investimento tão caro! Você está apenas ocupando 500KB em um servidor, muito menos do que um arquivo de MP3. E será o mercado, isto é, a procura pelo livro que dirá se ele vale ou não alguma coisa.

Faça os cálculos: você paga R$35,00 por um livro impresso X e desse montante o autor recebe apenas R$3,50; por outro lado, você paga R$7,00 por um ebook e o autor fatura R$4,90! Percebe? Você economiza R$28,00 e o autor ganha muito mais! Infelizmente, sei lá por quê (talvez porque o brasileiro comum tenha nojo de Kindle e de Kobo), os editores brasileiros ainda não perceberam que lucrariam muito mais vendendo ebooks baratos e não pelo mesmo preço de um livro de papel. A vantagem do ebook é o acesso rápido ao livro, à livraria, através de wi-fi, e não o simples fato de ocupar menos espaço ou de não consumir árvores. Se você perde o aparelho, o livro ainda será seu, pois permanece lá na “nuvem”. Os ebooks piratas só são buscados nos labirintos de sites lotados de vírus e malwares porque vale mais à pena enfrentar esses riscos cibernéticos do que comprá-los! O preço do ebook deveria levar em conta a facilidade de baixá-lo da fonte legítima, e não a excelência do autor. Ora, todo escritor quer simplesmente ser lido e, se não precisasse comer, sairia distribuindo seu livro de graça. O ebook veio para facilitar nossa vida, não para combater uma suposta tara no contato da mão com o papel. ¿Será que ninguém nunca perdeu livros para cupins ou durante o transporte de uma cidade para outra? ¿Nunca viu livros mofando na estante de uma casa de praia? ¿Nunca emprestou um livro a um amigo que mais tarde o perdeu? Na minha singela opinião, o livro de papel é uma homenagem que você presta a grandes autores e a livros importantes, isto é, a livros que merecem ser exibidos numa estante. Os demais podem permanecer apenas no formato digital.

Aqui no Brasil, muitos talentos minguam apenas porque precisam dedicar seu tempo a ganhar a vida — ao passo que os atos de “ganhar a vida” e de “escrever”, num país de gente civilizada, costumam ser um único e mesmo ato. E não falo apenas de mim mesmo! Hilda Hilst vivia revoltada por ter escrito mais de 40 títulos e, ainda assim, ter de viver de esmola da UNICAMP (Bolsa do Artista Residente). Lygia Fagundes Telles me deixou desanimadíssimo quando estive em seu apartamento: aos oitenta e tantos anos de idade, ela me disse que seus direitos autorais jamais seriam suficientes para comprar a comida do mês! Por isso, quando vejo gente torcendo o nariz para ebooks, me lembro daquele episódio de Downton Abbey no qual os empregados ficam estranhando aquela coisa esquisitíssima que é o telefone: torcer o nariz para uma nova tecnologia, que só pode nos ajudar mutuamente, é coisa de caipira!

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Três outras vantagens do ebook: 1) com um e-reader é muito mais fácil aprender uma língua estrangeira, já que basta apenas um toque com o dedo sobre a palavra para abrir o dicionário e conferir seu significado; 2) se você já lê noutra língua, saiba que os ebooks custam baratinho em sites estrangeiros e podem ser baixados instantaneamente com um único clique (ao contrário dos livros impressos que podem levar até um mês para chegar pelo Correio); 3) você já tentou ler Ulisses na cama? É como fazer musculação antes de dormir, um mega tijolo que só aceita ser lido no colo ou sobre uma mesa, ao passo que o e-reader pesa menos que um livreco de bolso.

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Chega. Eu odeio essa discussão sobre ebooks e livros de papel, odeio. Cansei dela. Estou discutindo sobre isso desde 1999, quando então criei meu primeiro ebook para RocketBook. Ora bolas, livro é o texto escrito, não o suporte. Por mim, todos os meus livros teriam páginas de mármore ou de granito negro com 1,50 m de altura gravadas com letras de 5 cm em baixo relevo: vocês não imaginam como um livro de granito seria mais cheiroso (poderíamos passar essências perfumadas nele) e agradável ao toque do que um de papel! E seria uma delícia sublinhá-lo, riscá-lo e escrever em suas margens usando apenas um cinzel! Neste nosso país tropical, ele também poderia ser usado para nos refrescar, bastando apenas tirarmos a roupa e deitarmos sobre ele — fresquinho, fresquinho (pergunte ao seu cão). Infelizmente, como esses livros de pedra são muito difíceis de guardar e de carregar, fico apenas com meus milhares de livros de papel e com meus milhares de ebooks. Aliás, há quem chame brochura de “livro tradicional”. Antes dos anos 1950, escritores sérios tinham vergonha de serem editados em brochuras, só aceitavam edições em capa dura com cadernos costurados — nada de capa mole com cadernos colados! As mudanças chegam, são assimiladas e chega o tempo em que ninguém mais se lembra de sua ocorrência…

Um cientista descobriu que a melhor forma de combater a desertificação é… criar gado! Boa notícia para os pecuaristas

Pondo de lado a controvérsia sobre as causas do famigerado aquecimento global — há até mesmo quem diga que não há nenhum aquecimento —, vale a pena assistir a essa palestra do biólogo zimbabuano Allan Savory sobre a descoberta do melhor método para se combater a desertificação: criar gado!

(Via José Carlos Souto.)

Marshall McLuhan e a contracultura

Marshall McLuhan

« O campus universitário estende-se por toda a Terra, mas a universidade já não existe.»

« A educação converteu-se numa caçada permanente. (…) os locais das escolas e para as escolas já não existem. Agora há apenas terrenos de caça.»

« O homem atual, o homem da era da eletricidade, é o mais primitivo que jamais existiu. Somos, constituímos a sociedade primitiva de todos os tempos.»

« O programador [de computadores] terá de ser um homem de talento excepcional.»

« Todas as nossas velhas coisas se tornarão automaticamente valiosas, embora inúteis.»

« Todos os fascistas eram oitocentistas, pessoas tribais que utilizavam o século XX como arma de ataque. (…) É o caso de Hitler, um oriental, um budista, um amante da paz, de começo. Subitamente, porém, descobriu os tanques pesados e apaixonou-se por eles. Quando um homem tribal adota a mentalidade do século XX, arma-se logo algazarra. Atualmente, os jovens poderiam fazer o mesmo. Refiro-me aos hippies. Poderiam facilmente transformar-se em hitleres, aferrarem-se ao trabalho e utilizarem-no para nos destruir. E é muito possível que o façam. Poderiam facilmente tomar conta da sociedade inteira, ou melhor, daquilo a que chamamos sociedade.»
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Trechos de uma entrevista com Marshall McLuhan (1911-1980), autor de O Meio é a Mensagem (1967), incluída no livro Viagem aos centros da Terra, de Vintilă Horia (1915-1992).

1ª Semana do Livro Digital

Livro Digital

A Simplíssimo, empresa que além de produzir livros digitais também oferece treinamento para outras editoras, irá promover a 1ª Semana do Livro Digital entre 3 e 9 de Março de 2013. Inspirada na Read an eBook Week, o evento tem o objetivo de estimular a popularização da leitura de e-books.

Editoras, livrarias e autores independentes que queiram participar, devem visitar esta página. Promoções, descontos e livros digitais gratuitos serão divulgados pelo site. Leitores podem ajudar a divulgar o evento compartilhando os banners nas redes sociais e nos blogs.

E chega de contrapor livros impressos a livros digitais. São ambos instrumentos importantes destinados a dividir nossa atenção por igual, cada qual se mostrando mais adequado a esta ou àquela situação. Para quem realmente gosta de ler, a conjunção correta é a conjunção “e”, e não a conjunção “ou”. Eu leio livros e e-books. Quem lê apenas ou um ou o outro ainda não entendeu o significado desta nova tecnologia.

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P.S.: Criei um ebook com o conto memorialístico “O Marceneiro e o Poeta” — tal como a que estará presente no livro “O Exorcista na Casa do Sol” — que será distribuído gratuitamente durante o evento. (Quem leu a versão do meu site notará alguns acréscimos.) O ebook está em formato EPUB e pode ser lido no iPad, no celular ou no ereader.

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