O dia em que eu nasci, morra e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar,
Não torne mais ao mundo e, se tornar,
Eclipse nesse passo o sol padeça.
A luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça,
Mostre o mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Como este quadro – Le livres jaunes (Os livros amarelos) – pertence a uma coleção particular, não sei afirmar qual é sua real condição. (É possível encontrá-lo no Google Images em vários tons distintos, e inclusive numa versão espelhada, com os objetos dispostos em sentido inverso.) Mas, poxa… é van Gogh!, que foi, antes de tudo, um grande leitor. (Basta ler as Cartas a Theo para inteirar-se dos diversos livros que lhe fizeram a cabeça.)
Uma das coisas interessantes no artigo do MSM A perseguição do capital é o que ali se fala sobre o estado da California:
«Talvez o exemplo mais notável disso esteja na Califórnia, a maior economia dentre os 50 estados. De acordo com uma notícia no site Breitbart.com, “Êxodo: Carga tributária na Califórnia atinge 22%”, o “Estado de Ouro” (Golden State) está matando a galinha que botou os ovos de ouro. As mentes medíocres que governam a Califórnia estão agora propondo o aumento dos impostos para compensar a queda na arrecadação (veja Jerry Brown’s California Tax Increase Initiative para mais detalhes). Eles não entendem que a alta tributação pode matar milhares de negócios. E isso é exatamente o que está acontecendo na Califórnia.
«Como observado pela California Taxpayers Association, “a Califórnia é um estado de alta carga tributária, com uma das mais altas taxas sobre vendas, ganhos pessoais e empresas de toda a nação”. O estado tem a maior tributação sobre vendas do país inteiro (7, 25%); a segunda maior tributação sobre a gasolina de todo o país (48,6% por galão); a segunda maior tributação sobre ganhos pessoais com 10,3%; a maior taxa sobre ganhos corporativos de todo o Oeste; e apesar da Proposição 13, as taxas sobre propriedade na Califórnia posicionam o estado no 14º lugar.
«Como consequência dessa tributação e por conta de outras regulamentações, o estado da Califórnia perdeu 4.600 empresas no ano passado e é o pior gerador de empregos entre os 50 estados. Após a Bing Energy sair de Chino na Califórnia para a Flórida, o prefeito da cidade californiana foi citado no Los Angeles Times dizendo: “Eu entendo completamente porquê eles saíram. Com um governador Democrata eleito, além de todas as restrições ambientais, banco de horas e folgas dos trabalhadores, impostos sobre vendas e taxas sobre licenciamento de veículos… As companhias estão saindo aos montes…”. Quanto ao investimento na Califórnia, considere a matéria de Wendell Cox para o Wall Street Journal Online, ‘Califórnia declara guerra à classe suburbana’. Wendell explica porque a Califórnia está em direção a um penhasco fiscal. Os políticos daquele estado declararam guerra às famílias com casa própria “tudo em nome da salvação do planeta”.»
Governador Jerry Brown. O mesmo Jerry Brown de quem a banda punk Dead Kennedys fala nessa música de 1980 (quando ele próprio estava no poder):
Eu sou o governador Jerry Brown
Minha aura sorri e nunca faz caretas
Logo eu serei presidente
O poder de Carter logo se acabará
Eu serei o comandante um dia
Irei comandar todos vocês
Suas crianças irão meditar na escola
Suas crianças irão meditar na escola
Califórnia acima de todos
Califórnia acima de todos
Acima de todos, Califórnia
Acima de todos, Califórnia
Fascistas zen irão te controlar
Cem por cento natural
Você correrá pela raça superior
E sempre fará cara de contente
Feche seus olhos, não pode acontecer aqui
O grande irmão no cavalo branco está perto
Você pensa que os hippies não voltarão
Alegre-se ou você pagará
Alegre-se ou você pagará
Califórnia acima de todos
Califórnia acima de todos
Acima de todos, Califórnia
Acima de todos, Califórnia
Agora estamos em 1984
Batidas, batidas na porta da frente
É a policia secreta de camurça agarrada
Eles chegaram para sua infelicidade
Venha silenciosamente para o campo
Você parece tão bem quanto um interruptor
Não se preocupe é só um chuveiro
Para suas roupas aqui está uma linda flor
Morra num gás orgânico envenenado
As serpentes já saíram dos ovos
Você irá ser destruído seu pequeno palhaço
Se você se meter com o presidente Brown
Se você se meter com o presidente Brown
Califórnia acima de todos
Califórnia acima de todos
Acima de todos, Califórnia
Acima de todos, Califórnia
Machado de Assis costumava publicar crônicas sob diversos pseudônimos. Apenas 40 anos após sua morte descobriu-se que, entre eles, encontrava-se o pseudônimo “Lelio”. Imagino que o utilizava quando sua abordagem do tema ultrapassava seu parâmetro normal de deboche. A crônica abaixo — Balas de Estalo — foi publicada no jornal Gazeta de Notícias, edição do dia 5 de Outubro de 1885, e trata de um tema então em moda: o espiritismo. Nele, Machado relata uma suposta viagem astral com um desenlace dos mais inesperados…
Estou me divertindo com a Hemeroteca Digital Brasileira. Muito bom ter acesso a tantos jornais e revistas antigos. Estava pesquisando uma informação dada por José J. Veiga, no livro Relógio Belisário, que cita o jornal Cidade do Rio, e acabei encontrando essa outra notinha das mais interessantes. Trata do encontro, em Paris, entre os escritores Eduardo Prado e Eça de Queiroz e um médium local. O jornal data de 21 de Maio de 1896.