palavras aos homens e mulheres da Madrugada

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Copiar não é Roubo / Copy is not theft



O vídeo acima me lembra que, meses atrás, respondi a uma pergunta no Formspring sobre direitos autorais. (Leia aqui.) Continuo pensando da mesma forma no que se refere a “atribuição de autoria”, “obras derivadas” e tudo o mais. Mas o problema da remuneração continua, cada vez mais gordo, enquanto os artistas não bancados pelo ☭Estado☭ emagrecem a olhos vistos. (Arte é, em certo sentido, um investimento de tempo, o qual se cristaliza na forma de dinheiro, que, por sua vez, está nas mãos do Estado — impostos, gente! impostos! — ou nos bolsos de investidores incultos.) Num mundo ideal, creio que o mais correto seria — no caso dos ebooks, por exemplo — os livros espalharem-se livremente pela rede e, caso o leitor gostasse do texto, que então fizesse (de livre e espontânea vontade, lógico) uma doação ao autor através do PayPal (ou serviço semelhante). Infelizmente o mundo ideal não existe e as pessoas não querem jogar moedinha no chapéu de artista nenhum, essa gente à toa, essas cigarras desprovidas de senso prático. Aliás, aqui no Brasil, retribuir financeiramente algo que se recebeu “de graça”?! Isso nem nos passa pela cabeça. A Lygia Fagundes Telles, quando a visitei anos atrás, me disse que ganhava mais dinheiro dando palestras que através de direitos autorais. Talvez, da mesma forma que os músicos foram obrigados a sair em turnê para conseguir sobreviver — e temos de agradecer aos arquivos MP3 por isso (graças a esse estado de coisas já rolou até um show do The Doors a dois quarteirões da minha casa; sim, sem o Jim Morrison) –, da mesma forma que os músicos, os escritores terão de fazer o mesmo: sair a dar palestras, oficinas literárias, de roteiro, fazer stand-up comedy ou coisa assim. Só que as pessoas tampouco parecem saber que isso é possível e, além de conveniente, uma necessidade para o escritor. Quando finalmente o convidam, a não ser que seja um evento patrocinado pelo Estado (ah, esse nosso socialismo disfarçado…), querem que você faça, sim, tudo de graça, o que me lembra este outro vídeo aqui.

Mas o assunto era Copyright… Bem, este site apresenta a questão de uma forma bastante abrangente. E esta palestra (também em inglês, sem legendas) resume bem a situação toda. E, claro, é sempre bom, em casos assim, recorrer ao Mises Institute: aqui e aqui.

O Traça (The Bookworm), personagem do seriado Batman

bookworm2

« Na finada série Batman, havia um vilão, o Traça [The Bookworm, interpretado por Roddy McDowall], que virou bandido porque leu todos os livros existentes e, incapaz de criar algo por si próprio, entregou-se à loucura.»

De uma matéria da finada revista Bizz.

Atualmente, os discípulos do Traça não fazem outra coisa a não ser navegar pelos sete mares da internet em busca de vítimas indefesas e de pouca paciência. Dia após dia, noite após noite, eles dedicam-se a fazer comentários azedos e cheios de empáfia nos blogues alheios. (Sim, também gostam de bater boca via Twitter, Facebook e listas de discussão. Adoram caçar erros ortográficos, de concordância ou de mera digitação.) Diferenciam-se dos trolls porque, de fato, leram e estudaram um pouquinho mais do que estes. No entanto, vale lembrar, já não conseguem ler tanto quanto seu mestre porque, afinal de contas, a internet consome muito tempo. E, claro, nem é preciso dizer que nunca criam nada de interessante por si mesmos…

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Joomla2WordPress (de ISO 8859-1 para UTF-8)

Durante alguns anos utilizei o Mambo como gerenciador de conteúdo (CMS). E olha que eu gostava dele. Eu não queria um blog, mas apenas um CMS para organizar textos que ia selecionando de tempos em tempos. Contudo, depois do cisma entre os programadores, tive de aderir ao Joomla — mas infelizmente meu site nunca mais foi o mesmo. Não entrarei no mérito da questão, basta dizer que a adaptação do meu antigo template ao novo sistema tornou-se um labirinto kafkiano e, por conseguinte, a manutenção do site ficou entregue às traças.

Enfim, desisti do Joomla e resolvi transferir meus cerca de 250 textos para o WordPress. (Eis o resultado final.)

Mas isso, claro, me deu uma trabalheira dos diabos… Tentei várias sugestões e, por fim, fiquei com o Joomla2WordPress. O problema é que ele só exportava textos já codificados em UTF-8 — a codificação padrão do WordPress — e meu Joomla ainda estava codificado com o velho ISO 8859-1 do Mambo. Após várias pesquisas e muitas modificações no script, cheguei à versão abaixo, que funcionou perfeitamente, ao menos para mim, e que agora deixo disponível para download.

[download id=”20″]

Divirta-se. (As instruções estão incluídas no pacote.)

P.S.: Não sou nenhum especialista, se tiver problemas, procure o criador do script original.

Gay Talese: imprensa, escândalos sexuais, internet

Gay Talese

Em entrevista ao jornal El País, Gay Talese atribui a exploração dos escândalos sexuais à influência das mulheres na imprensa e explica por que não dá tanta atenção aos blogueiros e jornalistas que atuam na internet:

—Tuvimos una revolución sexual y gracias a eso ahora tú puedes vivir con tu novio sin estar casada, pero si tienes un lío fuera del matrimonio… ¡Mira la que se ha armado alrededor de Tiger Woods y sus amantes! ¡Como si él las hubiera obligado a acostarse con él!

—No entiendo muy bien…

—Lo que quiero decir es que la llegada de las mujeres a la prensa y a otras posiciones de poder ha convertido los escándalos sexuales en noticia.

—¿Cómo dice?

—Sí, cuando yo trabajaba en The New York Times todos los jefazos tenían líos sexuales, pero no se hacían públicos. Y todos sabíamos que el presidente Kennedy tenía muchas amantes, pero a nadie se le ocurría escribir sobre ello. La vida sexual de la gente no era noticia.

—Pero… ¿no será que la prensa simplemente ha descubierto un nuevo filón económico?

—No, lo que ha cambiado es que las mujeres también toman decisiones. Está claro que los poderes conservadores también hacen su parte pero sin duda la entrada de la mujer en el mundo laboral ha redefinido lo que es noticia.

—Yo no le echaría la culpa a las mujeres…

—Yo no les echo la culpa, eso lo has dicho tú. Sólo digo que su influencia en la prensa y en el mundo legal ha cambiado ciertas cosas.

—O sea, que ¿no le parece bien que se persiga por ejemplo al ex fiscal Spitzer por acostarse con prostitutas después de promover una ley contra los clientes?

—Sí, de eso me alegro. En muchos casos merecen ser noticia, pero no creo que la prensa deba erigirse como defensora de los códigos de moralidad sexual. No le corresponde. Y me parece mal que las leyes condenen la actividad sexual de la gente que mantiene relaciones con consentimiento mutuo. Obviamente, que se destapen los abusos sexuales de la Iglesia lo veo muy bien, pero eso es diferente.

La conversación vuelve a dirigirse hacia el periodismo, en concreto hacia Internet. “Los periodistas han sido absorbidos por las nuevas tecnologías y ahora su trabajo está dirigido a personas como ellos, con educación digital. No salen de ese círculo, no están en la calle, no conocen a gente nueva y no descubren nada. Por eso, si no entro en Internet, no me pierdo nada”, dice reacomodándose en el sillón y ofreciendo a la periodista otro vaso de vino -un error de cálculo, habría que haberle pedido un martini…— mientras él bebe agua en copa.

Pese a sus opiniones negativas sobre el mundo digital, Talese considera que el periodismo que se hace hoy es mejor que el de décadas anteriores. “Como están amenazados por la crisis, reporteros y empresas trabajan bajo presión, están obligados a dar lo mejor de sí porque corren el peligro de hundirse, así que lo que llega a los periódicos es muy bueno. Los blogueros son demasiado vagos para dejar de mirar sus ordenadores, pero siempre hará falta un buen periodista que mueva el culo y salga a la calle a escuchar a la gente, a mirar el mundo real, y a escribir sobre él”.

(Via @BichoKrulla)

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