palavras aos homens e mulheres da Madrugada

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Marshall McLuhan e a contracultura

Marshall McLuhan

« O campus universitário estende-se por toda a Terra, mas a universidade já não existe.»

« A educação converteu-se numa caçada permanente. (…) os locais das escolas e para as escolas já não existem. Agora há apenas terrenos de caça.»

« O homem atual, o homem da era da eletricidade, é o mais primitivo que jamais existiu. Somos, constituímos a sociedade primitiva de todos os tempos.»

« O programador [de computadores] terá de ser um homem de talento excepcional.»

« Todas as nossas velhas coisas se tornarão automaticamente valiosas, embora inúteis.»

« Todos os fascistas eram oitocentistas, pessoas tribais que utilizavam o século XX como arma de ataque. (…) É o caso de Hitler, um oriental, um budista, um amante da paz, de começo. Subitamente, porém, descobriu os tanques pesados e apaixonou-se por eles. Quando um homem tribal adota a mentalidade do século XX, arma-se logo algazarra. Atualmente, os jovens poderiam fazer o mesmo. Refiro-me aos hippies. Poderiam facilmente transformar-se em hitleres, aferrarem-se ao trabalho e utilizarem-no para nos destruir. E é muito possível que o façam. Poderiam facilmente tomar conta da sociedade inteira, ou melhor, daquilo a que chamamos sociedade.»
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Trechos de uma entrevista com Marshall McLuhan (1911-1980), autor de O Meio é a Mensagem (1967), incluída no livro Viagem aos centros da Terra, de Vintilă Horia (1915-1992).

1ª Semana do Livro Digital

Livro Digital

A Simplíssimo, empresa que além de produzir livros digitais também oferece treinamento para outras editoras, irá promover a 1ª Semana do Livro Digital entre 3 e 9 de Março de 2013. Inspirada na Read an eBook Week, o evento tem o objetivo de estimular a popularização da leitura de e-books.

Editoras, livrarias e autores independentes que queiram participar, devem visitar esta página. Promoções, descontos e livros digitais gratuitos serão divulgados pelo site. Leitores podem ajudar a divulgar o evento compartilhando os banners nas redes sociais e nos blogs.

E chega de contrapor livros impressos a livros digitais. São ambos instrumentos importantes destinados a dividir nossa atenção por igual, cada qual se mostrando mais adequado a esta ou àquela situação. Para quem realmente gosta de ler, a conjunção correta é a conjunção “e”, e não a conjunção “ou”. Eu leio livros e e-books. Quem lê apenas ou um ou o outro ainda não entendeu o significado desta nova tecnologia.

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P.S.: Criei um ebook com o conto memorialístico “O Marceneiro e o Poeta” — tal como a que estará presente no livro “O Exorcista na Casa do Sol” — que será distribuído gratuitamente durante o evento. (Quem leu a versão do meu site notará alguns acréscimos.) O ebook está em formato EPUB e pode ser lido no iPad, no celular ou no ereader.

A diferença entre o preço dos ebooks no Brasil e nos Estados Unidos

Quanta custa um ebook no Brasil e qual a diferença de preço entre um ebook e um livro de papel?

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Já que um amigo me perguntou no Facebook por que os ebooks custam tão caro no Brasil, e já que a apresentação acima não dá tantos detalhes, eis então minha própria resposta (com alguns adendos):

Bom, há vários motivos, hermano. Em primeiro lugar, por mais que se diga que não há impostos embutidos no preço do livro impresso, a verdade é que as editoras, tal como qualquer um de nós, precisam pagar impostos em tudo mais (energia elétrica, água e esgoto, aluguel, IPTU, equipamentos, etc.), além de ter de arcar com todas as despesas trabalhistas (inspiradas em Mussolini) de seus funcionários. Por isso, jogam o preço do livro para o alto, do contrário iriam falir. (Sim, nossos livros impressos já são demasiado caros.) Os ebooks deveriam custar muito menos exatamente para contornar esses altos valores dos impressos, já que neles não há gastos com papel, transporte, distribuição, etc. O problema é que as editoras precisam manter a estrutura da empresa e, em vez de contar com muitas vendas de ebooks baratos, preferem pagar suas despesas com a venda de poucos ebooks caros. É uma burrice (ou talvez covardia) nascida do desespero, já que as condições que o governo impõe aos empresários não deixa muita alternativa à esperança. (¿Como esperar um grande número de vendas de ebooks se os aparelhos para sua leitura – Kindle, Kobo, etc. – são muito caros no Brasil?) Os únicos capazes de cobrar pouco por ebooks são os escritores que possuem público garantido (Paulo Coelho e semelhantes) e os independentes, como eu, que não tenho despesas com uma grande estrutura, uma vez que faço tudo sozinho, do texto à capa. Uma solução que me parece lógica é o surgimento de agentes literários/editores independentes, que trabalhariam para meia dúzia de autores. Um profissional assim poderia lucrar mais com ebooks do que uma editora tradicional. Falei sobre isso no Digestivo.

Agentes literários deviam tornar-se editores

No livro O Zen e a Arte da Escrita, Ray Bradbury comenta quais foram os dois dias mais importantes de toda a sua longa vida: 1) O dia em que conheceu sua esposa; 2) O dia em que conheceu seu agente literário. Interessante, não? Mais interessante ainda é lembrar que, no Brasil, em geral apenas jogadores de futebol e duplas sertanejas possuem agentes, os famigerados “empresários”, o que já dá uma boa noção do nosso nível cultural. (Sim, estou exagerando. Pero no mucho.)

Cá entre nós, a mensagem de Bradbury é clara: para se compreender a falta que um agente literário faz ao escritor basta pensar na falta que uma esposa faz a um homem. (Ou que um marido faz a uma mulher. Ou um companheiro a… enfim, você entendeu. Caso ainda não, assista ao filme Jerry Maguire.) Enquanto o escritor padece de tantas incertezas profissionais, muita gente que até daria um bom agente (de um ou mais autores) prefere trabalhar em outras áreas porque, aqui, além de apenas o serviço público oferecer o paraíso (que se chama estabilidade), supostamente ninguém gosta de ler… (E as livrarias se unem contra os ebooks, contra os ereaders e assim por diante.) Ora, hoje há comércio online, há livrarias que imprimem livros sob demanda, há ebooks, ou seja, há uma série de inovações inexistentes no milênio passado. Logo, o agente pode mudar também. Ele já não precisa ser necessariamente alguém que apenas corre atrás de editoras, de bons contratos e assim por diante. Poderia ser ele próprio um editor — criando ebooks e as matrizes em PDF para a impressão sob demanda —, um marqueteiro, um organizador de palestras e lançamentos, além de outras tarefas do gênero. Bom, é como vejo a situação. Há quem entenda do assunto melhor do que eu.

Ebook é o presente deste Natal

De um artigo de Luís Antônio Giron na Revista Época:

Demorou, mas agora vai. O Brasil entra na era do livro digital com três anos de atraso. A chegada ao país dos e-readers como os americanos Kindle, da Amazon, e Nexus 7, do Google, iPad, da Apple, e do canadense Kobo, trazido pela Livraria Cultura, vai transformar rapidamente o mercado do livro. Não é preciso ser profeta para adivinhar o que está por vir, pois tudo já aconteceu nos mercados adiantados da América do Norte, Ásia e Europa. No entanto, o atraso no processo também tem suas vantagens. Vamos entrar na nova era em pleno período de compras de Natal com um acúmulo de conhecimentos. Podemos aprender com os erros e os acertos cometidos pelos outros.

Muitos brasileiros têm experimentado os efeitos da mudança. Os estudantes leem desde meados da década de 1990 livros pela internet pelos computadores convencionais, via sites como Gutenberg Project e Domínio Público. Agora poderão fazê-lo nos e-books e tablets com mais rapidez e conforto. Há cerca de 300 mil clientes moradores no Brasil cadastrados na Amazon e muitos deles compram e-books e possuem kindles, para não mencionar os milhares que carregam livros das lojas iBook e Amazon para seus tablets.

Continue a leitura aqui.

Passeata Contra o eBook

A Associação Nacional de Livrarias está mostrando que é tão inteligente e visionária quanto os organizadores e participantes da famigerada (e estúpida) Passeata Contra a Guitarra Elétrica, nos idos dos anos 60. Claro, não se trata de mera burrice, mas de covardia e esperteza do pior tipo. Sempre que empreendedores recorrem ao Estado para se defender da justa concorrência e, neste caso, da inovação, quem sai perdendo é o consumidor. Segundo afirma o Estadão:

Bicho-papão digital

Enquanto Amazon e Companhia das Letras fechavam contrato – o anúncio foi feito ontem -, a Associação Nacional de Livrarias, que representa as independentes, já se articulava para mandar carta em que expõe alguns receios com relação ao livro digital para Dilma Rousseff, Marta Suplicy e entidades do livro. Fará isso na próxima semana. Entre as sugestões, a de que a diferença de preço entre e-book e livro físico seja de até 30%. E no caso da editora que vende diretamente ao consumidor, que o desconto não exceda 5%.

Diz, com razão, o blog Revolução eBook:

O primeiro passo deveria ser, o quanto antes, adotar uma nova postura. É melhor encarar de frente a mudança tecnológica e se adaptar o mais rápido possível. Esse deveria ser o foco. Uma abordagem prática, para buscar soluções que não dependam dos outros, especialmente do governo. Sem pensar que o “novo” é sinônimo de “problema”. Há exemplos de outras associações de livreiros. que encararam o mercado digital com objetividade e procuraram se inserir de algum modo. Por que a ANL não se inspira na American Booksellers Association, que fez acordo com a Kobo, nos EUA, quase nos mesmos moldes que a Livraria Cultura, para inúmeras livrarias independentes? Ou, ainda, como fez a Australian Publishers Association, com o mesmo objetivo, na parceria com a The Copia?

Pessoalmente, só posso me sentir pessimista frente à possível reação do governo diante dessa proposta da Associação Nacional de Livrarias. O “Partido” já mostrou diversas vezes sua cara. Espero que ela, a proposta, se perca nas entranhas burocráticas de Brasília.

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Publicado no Digestivo Cultural.

Douglas Trumbull e o futuro do cinema

Harry Knowles conversa com Douglas Trumbull, responsável pelos efeitos visuais de filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Jornada nas Estrelas: O Filme e Blade Runner. Juntos discorrem sobre a evolução do cinema e a situação atual da projeção de filmes.

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