“(…) uma defesa de nosso direito de adotar uma atitude crente em assuntos religiosos, a despeito do fato de que nosso intelecto lógico meramente possa não ter sido coagido.”
(…)
“[Hipótese viva] é a que se mostra como uma possibilidade real a quem é proposta.”
(…)
[Se uma hipótese é viva, há uma] “tendência a agir por ela”.
(…)
“Nossa natureza passional não somente pode mas deve legalmente decidir quanto a optar entre proposições, sempre quando é uma opção genuína que não pode, por sua natureza, ser decidida em bases intelectuais.”
(…)
“Os absolutistas (…) dizem que nós não somente podemos atingir o conhecimento da verdade, mas que podemos saber quando atingimos o seu conhecimento; ao passo que o empírico pensa que, embora possamos atingi-la, não podemos infalivelmente saber quando. Saber é uma coisa, e saber ao certo o que conhecemos é outra.”
(…)
“A evidência objetiva e a certeza são, sem dúvida, categorias muito elevadas para o trato, mas onde porém, nesse planeta iluminado pela Lua e visitado pelo sonho, podemos encontrá-las?”
(…)
[Há um conflito entre duas leis distintas:] “Devemos conhecer a verdade” e “Devemos evitar o erro”.
(…)
“Quando nos apegamos à idéia de que há uma verdade (seja de que espécie for), fazemo-lo com toda a nossa natureza e resolvemos ficar de pé ou cair por seus resultados. O cético, com toda a sua natureza, adota a atitude duvidosa; qual de nós, porém, é o mais sábio, só Deus o sabe.”
(…)
“Há, então, casos onde um fato não pode vir de todo, a não ser que exista uma fé preliminar em sua vinda. E onde a fé em um fato pudesse ajudar a criar o fato, seria um lógico insano quem dissesse que a fé correndo adiante da evidência científica é a ‘mais baixa espécie de imoralidade’ na qual um ser pensante pode cair.”
(…)
“Nas verdades dependentes de nossa ação pessoal, então, a fé baseada no desejo é certamente uma coisa legal e possivelmente indispensável.”
(…)
“É melhor arriscar a perda da verdade do que a possibilidade de erro: essa é a posição exata de quem veta a fé.”
(…)
“Pregar ceticismo como um dever até que seja encontrada uma ‘evidência suficiente’ para a religião, é equivalente, portanto, a dizer-nos, quando em presença da hipótese religiosa, que ceder ao medo de ser um erro é mais sábio e melhor do que ceder à esperança de que possa ser verdadeira.”
(…)
“Que prova há de que a tapeação através da esperança é muito pior do que aquela através do medo?”
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“A Vontade de Crer”, de William James.
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