Não consigo entender como um ateu consegue andar de moto no Brasil. Ou o cara é completamente desprovido de imaginação — e por isso é incapaz de conceber os múltiplos problemas passíveis de sofrer em plena rua — ou então toma algum remédio controlado, desses que tornam enevoado o discernimento. Até mesmo Júlio César, ao descer um morro ou atravessar o rio Rubicão a cavalo, devia enviar um email para Júpiter: “Help me, Lord”. Eu me sinto mais religioso no assento da moto do que no banco duma igreja.