palavras aos homens e mulheres da Madrugada

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Reedição do livro “A Tragicomédia Acadêmica” (download gratuito)

Gostaria de avisar aos leitores deste blog que meu livro “A Tragicomédia Acadêmica — Contos Imediatos do Terceiro Grau”, cuja primeira edição data de 1998, foi reeditado por intermédio do Clube de Autores, o primeiro serviço que alia a impressão sob demanda à venda online na internet brasileira.

Para adquirir meu livro impresso, clique aqui ou aqui.

Caso queira baixar o ebook (PDF) gratuitamente e ler algumas opiniões a respeito dele, clique aqui.

Se Deus quiser — e eu tomar vergonha na cara — irei publicar outros dois até o final do ano.

Processadores de texto para escritores de ficção

Sempre que posso, testo alguns programas voltados à creative writing (escrita criativa), uma vez que os processadores de texto normais, a princípio, não possuem como usuários alvo os escritores e roteiristas. Em geral, editores de texto comuns têm a pretensão de ser utéis a toda e qualquer pessoa, a toda e qualquer função, desde a redação de receitas de bolo até a escritura de um romance. Claro, é bom ter um processador de textos comum ― e eu tenho dois: o Writer (editor do OpenOffice) e o EditPlus (útil para editar scripts em PHP, HTML, etc.). Mas não é destes que quero tratar. Senti a necessidade de um processador voltado à "escrita criativa" quando notei a quantidade de arquivos paralelos e secundários que vou criando enquanto escrevo meu romance: um com a descrição dos personagens, outro com ideias para a trama, outro com informações surgidas no processo mesmo da escrita ― as quais não devo esquecer de forma alguma ―, outro com dados de pesquisas feitas sobre temas relevantes, e assim por diante. No correr das semanas e dos meses, me vi afogado por dezenas de arquivos em DOC, TXT, RTF e HTML, nos quais, para meu desespero, encontrei dados repetidos e redundantes. Enfim, um processador de textos comum já não me satisfazia. Como eu já utilizava editores voltados à criação de roteiros de cinema e vídeo, decidi encontrar algum útil à escritura de romances, novelas e contos. Quero falar de ao menos três.

WriteItNowO primeiro, e o que me pareceu mais interessante e objetivo, é o WriteItNow. É ideal para romancistas e novelistas. Com ele, você cria um projeto no qual é possível definir, em abas separadas, o perfil dos personagens, ideias gerais, anotações referentes ao andamento da trama, eventos importantes, locações e, claro, a subdivisão do trabalho em capítulos e cenas. Há ainda gráficos que mapeiam a interação dos personagens e também a ordem cronológica dos eventos e acontecimentos mais significativos. O programa é capaz de exportar o livro completo ou os capítulos individuais para arquivos RTF, TXT e HTML. É possível ainda, na versão mais recente do programa, estabelecer metas e prazos para a finalização da obra, através da escolha de um número de palavras a ser escrito diariamente. Possui até mesmo uma instância cuja função é organizar e monitorar as cópias enviadas para editoras, com datas de envio, de aprovação, de negativa etc. A interface é simples, bonita e bastante intuitiva. O programa não é gratuito, mas vale o preço.

Ywriter Outro bom programa é o yWriter 5. Embora a interface não seja tão atraente e intuitiva, possui praticamente as mesmas funções do WriteItNow. Sua maior vantagem é ser gratuito e ter sido desenvolvido por um escritor de romances satíricos que também é programador ― o que significa que seu criador realmente conhece as necessidades de um autor de ficção. Sua função de becape via FTP é uma mão na roda. Na sua próxima atualização virá com a interface em português traduzida por mim. 

Devido a seu minimalismo, o terceiro é o contrário dos anteriores: Dark Room. É ideal para escritores que não necessitam senão de uma tela em branco. Ou, o que é padrão neste processador, de uma tela negra com texto em "fósforo verde", uma coisa meio Matrix. Digamos que é um Notepad metido à besta. Também é gratuito. Indicado para quem escreve contos e não deseja distrações. Eu curti.

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Atualização do dia 14 de Janeiro de 2013: Agora estou usando o programa Scrivener, cuja versão para Windows foi lançada há pouco tempo. Melhor que todos os demais. E, se usado com o Dropbox, que faz o becape na nuvem, perfeito.

Admirável — e só para selvagens

admiravel

Release da peça teatral:

“Dois expoentes das artes cênicas em Brasília, a diretora e atriz Miriam Virna e o ator e bailarino Alessandro Brandão, atualmente radicados no Rio de Janeiro, uniram forças e talento para trazer aos palcos de Brasília uma singular adaptação da obra Admirável mundo novo (1932) de Aldous Huxley. Trata-se do espetáculo (ou do evento cênico sonoro, como eles preferem nomear) Admirável — e só para selvagens.

“Depois de levar cinco estatuetas com a comédia As ridículas de Molière no último Prêmio Sesc do Teatro Candango (incluindo a de melhor direção e de melhor espetáculo) a diretora Miriam Virna aposta em uma montagem onde a ênfase é a construção do ambiente sonoro. A trilha, assinada pelo DJ Quizzik e executada ao vivo por ele próprio, dança com as palavras, texturas sonoras e jogos de luzes.

O texto foi escrito a quatro mãos pela diretora e pelo escritor e cineasta Yuri Vieira (autor de A Tragicomédia Acadêmica – Contos Imediatos do Terceiro Grau). Nesta adaptação para teatro os dois optaram por extrair da obra original temas como o niilismo e o Soma: uma espécie de droga da felicidade que é consumida diariamente a fim de trazer bem-estar perene aos cidadãos da Nova Ordem Mundial. Na montagem brasiliense, dois personagens da obra de Huxley, Lenina e Bernard, estão confinados num reality show e vêem-se obrigados a experimentar uma crise de abstinência da droga.

“Admirável — e só para selvagens é um evento cênico construído para ser mais ouvido que visto, como uma espécie de novela de rádio pós-moderna. Com o intuito de reforçar a característica sonora do espetáculo, Dalton Camargos criou uma iluminação cuidadosa em revelar apenas fragmentos do todo, enquanto o cenário e o figurino, concebidos por Marcus Barozzi, criam uma espécie de mimetismo com o escuro do teatro. Os dois criadores foram premiados por seus trabalhos no último Prêmio Sesc do Teatro Candango.”

Serviço:

Espaço Cena – SCLN 205 bloco C Loja 25 Brasília-DF Tel: 33493937

De 28 de maio a 02 de junho (de quarta à terça-feira) às 19h e 21h.

Ingressos: R$20,00 e R$10,00

Classificação: 14 anos

A carta que o escritor espera do leitor

Eis o tipo de mensagem que um escritor espera de ao menos um em cada cem de seus leitores:

Fri, Feb 6, 2009 at 7:14 PM

Olá Yuri,

Quem lhe escreve é Eduardo, 18 anos, natural e morador de Brasília.

Terminei há pouco de ler o seu livro “A Tragicomédia Acadêmica“, e gostaria de expressar os meus agradecimentos.

Como um jovem que, mesmo decepcionado, tenta passar na UnB, pude me identificar com várias das estórias contadas. Corroborando uma afirmação sua sobre a obra, pude ver, junto a alguns trechos beirando ao absurdo — e nesse conflito reside a excelência do texto –, incrivelmente, uma fiel representação da realidade. “Matando um Mosquito Com um Tiro de Canhão“, em especial, contém tudo o que gostaria de ter dito, mas não tinha a sabedoria, a coragem e nem o conhecimento, sobre um cursinho pré-vestibular, o próprio vestibular e a educação em geral.

A propósito, percebi em seus textos, e embora isso deva valer pouco vindo de um ignorante como eu (e agora um pouco menos graças a você), uma grande riqueza de conhecimentos, contida em tão pequeno espaço, coisa que nunca vi em crônicas de um Luís F. Veríssimo, por exemplo.

E falando em ignorância, para você ver, jamais teria percebido as inúmeras alusões feitas à mitologia grega se, voluntariamente e por mero acaso, não tivesse lido logo antes “O Livro de Ouro da Mitologia”, de Thomas Bulfinch, pois os que se faziam de professores não me ensinaram nada sobre isso quando fingia de conta que era estudante.

No momento, tento recuperar o tempo perdido, e esse livro foi um dos primeiros, tomara, de muitos outros.

Muito Obrigado.
Eduardo C. — eduardco[arroba]gmail[ponto]com

Este é o trecho importante: “contém tudo o que gostaria de ter dito”. Sim, pois o escritor deve expressar justamente aquilo que o leitor ainda não havia verbalizado, aquilo que em seu campo mental não era senão possibilidade — e apenas por isso o leitor não o tinha dito por si mesmo. O escritor é aquele que traz certos fatos e certas possibilidades à consciência, tornando pensável o que antes não era senão pressentido. É aquele que, com a imaginação alerta, em meio a tempestades e ao jogo do navio, permanece aboletado no cesto da gávea. O escritor é aquele marinheiro que grita “terra à vista!”.

Enfim, uma carta contendo esta observação é a carta esperada. Claro, também chegam aquelas com críticas ferrenhas que, a seu modo, fazem tão bem quanto. Há coisas que nos motivam, há outras que nos fortalecem.

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